Homem que saltou de balão em chamas relata situação chocante; “Oque tivem…Ver Mais

“Foi um milagre”: sobrevivente relata salto de balão em chamas em SC
O céu de Praia Grande (SC), normalmente sinônimo de aventura e beleza, foi palco de uma tragédia que o Brasil inteiro não vai esquecer tão cedo. O que era para ser um passeio tranquilo de balão no último sábado (21) terminou em desespero, chamas e mortes. Entre os 13 sobreviventes do desastre aéreo está o piloto de motocross Fernando Veronezi, que viveu momentos que definiu como “um milagre”.
De sonho ao desespero em segundos
Fernando embarcou no voo com amigos e sua companheira, Sabrina Patrício de Souza. A ideia era simples: contemplar os cânions de Santa Catarina do alto e registrar memórias únicas. Mas a realidade foi muito diferente. Pouco após a decolagem, o fogo começou dentro do cesto onde estavam os passageiros. “Tudo foi muito rápido. Foi horrível. Tivemos sorte de sair a tempo”, escreveu o piloto nas redes sociais, ainda com o rosto sujo de fuligem e os olhos marcados pelo trauma.
Sem celular — que se quebrou na queda — e com a roupa rasgada, Fernando pulou antes que as chamas tomassem todo o balão. Sabrina também conseguiu se jogar e, mais tarde, emocionou familiares com uma postagem: “Estamos bem. Agradeço de coração cada mensagem”.
Balão subiu em chamas após salto parcial
De acordo com os relatos iniciais, o incêndio teria começado por um problema no maçarico, embora a informação ainda esteja sob apuração técnica. Ao notar o fogo, o piloto da aeronave fez uma manobra para reduzir a altitude e permitir que parte dos passageiros saltasse com segurança.
Porém, o alívio durou pouco. Assim que alguns pularam, o peso reduzido fez o balão subir de novo, dessa vez envolto em fogo. Vídeos registrados por moradores mostram a cena desesperadora: gritos, pessoas saltando em pânico e o balão sendo consumido pelas chamas.
Oito mortes e uma cidade em choque
Das 21 pessoas a bordo, oito perderam a vida. Quatro foram carbonizadas, e outras quatro morreram devido ao impacto da queda. A dor e o horror das últimas imagens do balão circulam em grupos de redes sociais, levantando debates sobre segurança, fiscalização e o preparo das empresas que operam esse tipo de turismo.
A empresa responsável, Sobrevoar, anunciou a suspensão imediata das atividades. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a Polícia Científica já estão conduzindo investigações para esclarecer as causas do incêndio.
Falha no extintor pode ter agravado o acidente
O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que uma das linhas de investigação é a possível falha no funcionamento do extintor presente no balão. “É algo que pode ter sido decisivo para conter ou agravar o incêndio”, explicou. O advogado do piloto, Clóvis Rogério, disse que ainda é cedo para atribuições de culpa: “Vamos aguardar a perícia técnica. Só ela poderá esclarecer o que realmente ocorreu.”
Um milagre em meio à tragédia
Ainda abalado, Fernando resume o sentimento dos sobreviventes em uma frase simples e poderosa: “A gente só pensa em sobreviver. Foi um milagre.” Para ele, e tantos outros que escaparam por pouco, o dia que começou com expectativa de beleza terminou com cicatrizes — físicas e emocionais — que levarão tempo para curar.
Enquanto o país se solidariza com as famílias das vítimas, uma pergunta segue no ar: quantos outros voos estão partindo sem a segurança necessária para garantir que o céu continue sendo um lugar de sonho — e não de luto?